Com a crescente preocupação global com a mudança climática e a necessidade de preservar os recursos naturais do planeta, a arquitetura sustentável (também conhecida como “arquitetura verde”) é uma solução inovadora e criativa para construir um futuro mais verde e é definida como a utilização de técnicas e materiais ecologicamente corretos e eficientes para minimizar o impacto ambiental e, ao mesmo tempo, maximizar a eficiência energética.
A arquitetura sustentável surgiu no final do século XX como resposta à crise energética que afetou vários países do mundo, que levou a uma busca por fontes de energia alternativas e mais eficientes, e a uma maior sensibilização sobre a importância de se reduzir o consumo de energia. Embora não seja propriamente recente, é só nos últimos anos que a arquitetura sustentável se desenvolveu mais, num contexto onde a luta contra as alterações climáticas é cada vez mais importante.
De seguida iremos descobrir exatamente o que representa este movimento verde e porque é importante, através também da análise de estratégias para melhor compreender os princípios da arquitetura sustentável.
Definição de arquitetura sustentável e estratégias sustentáveis
De acordo com a Comissão Europeia, os edifícios causam 36% das emissões de gases com efeito de estufa da UE, e também utilizam 40% da energia consumida em todos os países da UE. Os dados da UE mostram que hoje 75% dos edifícios não são eficientes, razão pela qual a Comissão Europeia quer obrigatoriamente incentivar a construção sustentável de novas construções, com emissões zero, a partir de 2030.
É neste contexto que se insere a arquitetura sustentável, uma abordagem que envolve a construção e conceção de edifícios com um menor impacto ambiental, capaz de proporcionar conforto ecológico e melhorar a qualidade de vida dos habitantes.
Entre os objetivos desta nova forma de construção estão a:
- Compatibilidade dos edifícios com a sua envolvente;
- Eficiência energética;
- Biocompatibilidade dos materiais de construção;
- Acessibilidade dos espaços habitacionais;
- Saúde dos habitantes dos edifícios;
- Integração de edifícios com infraestruturas urbanas;
- Valorização da estética em função do bem-estar psicofísico das pessoas.
A arquitetura sustentável pode ser definida como o projeto e construção de edifícios e estruturas que atendam às necessidades atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atenderem às suas próprias necessidades.
A relação entre a arquitetura e a sustentabilidade é crucial para a construção de um futuro mais sustentável e responsável com o meio ambiente, minimizando a emissão de gases de efeito estufa e outros poluentes. Isso pode ser alcançado através de diversas práticas, como:
- Uso de materiais de construção sustentáveis, naturais, e materiais reciclados, como madeira certificada, tijolos ecológicos, blocos de terra comprimida, cimento reciclado, vidro de baixo teor de emissão, entre outros.
- Minimização do desperdício através de operações de planeamento detalhado da arquitetura e construção (por forma fazer uma estimativa precisa da quantidade de materiais necessários), estratégias de reutilização e reciclagem e uma boa gestão dos resíduos.
- Design que maximize a eficiência energética, com a orientação correta do edifício em relação ao sol, aproveitando a luz natural e reduzindo a iluminação artificial, o uso de vidros especiais, isolamento térmico adequado, e sistemas de ventilação natural para reduzir a necessidade de ar condicionado.
- Instalação de sistemas de captação de água da chuva e utilização de tecnologias de irrigação eficientes para reduzir o consumo de água, além do uso de sistemas eficientes de tratamento de água e esgoto.
- Incorporação de tecnologias de energia renovável, como painéis solares e turbinas eólicas, para reduzir a dependência de fontes de energia não renováveis.
- Consideração das condições ambientais locais, como clima, topografia e disponibilidade de água.
- Criação de espaços verdes e utilização de técnicas de paisagismo sustentável, como o uso de plantas nativas e técnicas de irrigação eficientes.
A arquitetura sustentável pode, portanto, ser considerada como um conjunto de soluções construtivas destinadas ao bem-estar do ambiente e dos seres humanos, através de uma gestão responsável dos recursos naturais e da energia, e representa um movimento intimamente ligado aos princípios do desenvolvimento sustentável, tal como estabelecido nos objetivos da Agenda das Nações Unidas para 2030.
Quais são as vantagens da arquitetura sustentável?
A arquitetura sustentável oferece benefícios importantes em termos sociais e ambientais. Através da construção ecológica, é possível construir edifícios menos intensivos (em termos de energia) e mais eficientes que garantam o máximo conforto com o mínimo consumo de energia, bem como um impacto ambiental limitado graças à escolha de materiais ecológicos a partir de ciclos de produção sustentáveis.
Com esta abordagem, as emissões de gases com efeito de estufa podem ser reduzidas, contribuindo para a luta contra o aquecimento global e o combate as alterações climáticas. Além disso, a arquitetura sustentável permite que os habitantes beneficiem de poupanças económicas, com menores despesas e custos para a manutenção das suas casas, devido a uma maior eficiência energética.
Ao mesmo tempo, esta forma de construção promove a criação de empregos verdes, ocupações altamente qualificadas que fomentam o desenvolvimento sustentável. Obviamente, é necessária uma abordagem integrada para transformar edifícios em edifícios verdes, com o apoio de muitas competências e profissões diferentes. Por exemplo, não só os edifícios devem consumir pouca energia, como as restantes necessidades energéticas devem ser cobertas pelo fornecimento de eletricidade e gás verdes e pela produção no local de energia a partir de fontes renováveis.
Desta forma, os objetivos de desenvolvimento sustentável da União Europeia podem ser alcançados, resultando em edifícios neutros em termos climáticos com emissões zero de gases com efeito de estufa para preservar o planeta e o bem-estar da sociedade.
Conclusões
Ao adotar uma abordagem mais consciente e responsável, a arquitetura sustentável pode contribuir significativamente para a redução do consumo de energia e água, a minimização do desperdício de materiais e a promoção de um ambiente mais saudável e seguro para as pessoas. Além disso, pode ser uma oportunidade para a criação de espaços inovadores e esteticamente atraentes, que se integram harmoniosamente com o meio ambiente e com as necessidades e expectativas das pessoas.
Resumindo, podemos dizer que a arquitetura sustentável é uma abordagem fundamental para o desenvolvimento urbano sustentável, que pode trazer benefícios significativos para a sociedade e para o meio ambiente, também através do trabalho integrado de arquitetos, urbanistas, construtores e governos volto a promover um futuro mais sustentável e equilibrado para todos.
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